As Agendas Poéticas de Maria Dinorah
Um tributo à escritora sul-rio-grandense Maria Dinorah Luz do Prado, por sua importância na difusão e consolidação da literatura brasileira do final do século XX ao unir autores e multiplicadores em torno do livro, principalmente, aquele dirigido à criança.
quinta-feira, 24 de setembro de 2015
Cantada
- ¡ Que bonitos ojos tiens...!
- Isso é bolero.
- ¡ Te quiero!...
- Isso também.
- ¡ Estoy preso en tu mundo!
- Que pena! Se estivesses livre,
poderias prender-me!
terça-feira, 2 de junho de 2015
Ah! Pudesse
Cose-me o ser
um tédio incontrolável
sob os tons monocórdios
do discurso.
Queria caracol tornar-me agora,
e sob um caramujo
proteger-me
de asnices e vazios.
Ah! as horas inúteis!
Pudesse povoá-las de verdades
despidas de arrogância!
Pudesse transformá-las
num canteiro
de rosas e açucenas!
5.8.84
terça-feira, 19 de maio de 2015
Flor
Menina das brancas asas,
dó, ré, mi, fá, sol, lá, si,
quando passas pelas casas,
canta a rua e o céu sorri.
Tanto encanto há no seu jeito
feito de campo e açucena,
que as águas dançam no leito
enquanto a lua te acena.
Um anjo morre de inveja,
um astro morre de amor
ao ver-te cor de cereja,
tingindo o mundo de cor.
Menina, tão menininha,
nem sabes que és uma flor!
segunda-feira, 6 de abril de 2015
Alvo Alçado
Me alço em alvo
e voo.
Vínculo,
Rimo redes e ransos.
Somo e semeio,
inteira e dividida.
O céu é a senda,
a sina, a terra.
A vida, o desafio
feito de espaço
e muros.
No todo,
o espanto de acender
o mundo hostil
com fagulhas de cor.
No dentro, o coração
de aflito pasmo
em alvo alçado.
8.12.83
Assinar:
Postagens (Atom)