quinta-feira, 24 de setembro de 2015

Cantada


¡ Que bonitos ojos tiens...!
- Isso é bolero.
¡ Te quiero!...
- Isso também.
¡ Estoy preso en tu mundo!
- Que pena! Se estivesses livre,
poderias prender-me!

terça-feira, 2 de junho de 2015

Ah! Pudesse


Cose-me o ser
um tédio incontrolável
sob os tons monocórdios
do discurso.

Queria caracol tornar-me agora,
e sob um caramujo
proteger-me
de asnices e vazios.

Ah! as horas inúteis!
Pudesse povoá-las de verdades
despidas de arrogância!

Pudesse transformá-las
num canteiro
    de rosas e açucenas!

              5.8.84


terça-feira, 19 de maio de 2015

Flor


Menina das brancas asas,
dó, ré, mi, fá, sol, lá, si,
quando passas pelas casas,
canta a rua e o céu sorri.

Tanto encanto há no seu jeito
feito de campo e açucena,
que as águas dançam no leito
enquanto a lua te acena.

Um anjo morre de inveja,
um astro morre de amor
ao ver-te cor de cereja,
tingindo o mundo de cor.

Menina, tão menininha,
nem sabes que és uma flor!

Resumo



Ninguém assume isento
o sopro, o sumo.

Compromisso é tensão.
Liberdade, resumo.

                                   Set. 1997

Ao meu pai


Ontem do amanhã



segunda-feira, 6 de abril de 2015

Alvo Alçado


Me alço em alvo
e voo.

Vínculo,
Rimo redes e ransos.

Somo e semeio,
inteira e dividida.

O céu é a senda,
a sina, a terra.

A vida, o desafio
feito de espaço
e muros.

No todo,
o espanto de acender
o mundo hostil
com fagulhas de cor.

No dentro, o coração
de aflito pasmo
em alvo alçado.

                                                          8.12.83